Um estudo realizado na Alemanha com portadores da doença aponta que a música pode ser a última coisa esquecida pelos pacientes
Antes de começar a ler este texto, por favor, o convido a assistir ao ao vídeo abaixo. Em questão, estão momentos de alegria e consciência. Tudo porque, neste vídeo, o jovem e seu pai, cantam no carro uma canção que fez parte da vida dos dois. Pai e filho, ali, se unem em um momento especial. Seria uma atividade corriqueira se o Sr. que aparece no vídeo, aos 80 anos, não fosse portador de Alzheimer e, debilitado com a doença, já não vive suas lembranças mais próximas. O Sr, que era cantor em sua juventude, canta alegremente, sem esquecer nem um tom, nem uma fala.
Um gesto de amor
É inegável que a música permeie e a vida da gente de uma forma especial. Afinal, canções de ninar, canções clássicas de conhecimento mundial ou mesmo as que escutamos diariamente – seja pelo gosto pessoal ou porque está nas paradas de sucesso, é impossível viver sem ouvir música. Canções que percorrem nossas vidas podem ser a última coisa a qual nos esqueceremos.
Um estudo realizado pelo Instituto Max Planck de Neurociência e Cognição Humana de Leipzig, na Alemanha, descobriu que a música para seus pacientes era a última coisa a ser resgatada nas memórias do cérebro. Assim, os neurocientistas do Instituto reuniram pacientes ao longo de anos e avaliaram somente como as áreas cerebrais que eram ativadas quando este indivíduo ouvia música reagiam.
Áreas cerebrais especialmente ativadas
Baseado na hipótese de que ouvir e lembrar de música fosse diferente de conversas e até mesmo vocabulário, os neurocientistas constataram que, por conexões diferentes do cérebro, pacientes que não se lembravam de quase nada, sabiam letras de músicas inteiras.
Segundo os resultados, o fato é possível porque nosso cérebro reserva um espaço exclusivo para inúmeros fatos aprendidos. Como a música fica em um desses compartimentos especiais, conta com um espaço particular e por isso apresenta menor chance de ser atacada pela doença.
Experimento de sucesso
O fato começou a chamar a atenção de muitos médicos e entidades que combatem e estudam ao Alzheimer e tem sido aproveitado ao redor do mundo. Além disso, outro benefício para os portadores da doença é o fato deles reconhecerem a estes momentos ao ouvir suas músicas favoritas e, por consequência, responderem positivamente ao estímulo.
Música como terapia
Seja por aprender a tocar algum instrumento, cantar ou apenas ouvir música continuamente: os benefícios à saúde de pessoas em qualquer idade são inúmeros. Além disso, traz benefícios também a quem sofre de depressão, angústia e atua, inclusive, no auxílio para que pacientes que tenham sofrido AVC recuperem movimentos e coisas perdidas pela doença.
Por isso, independente de sua idade: deixe que a música faça parte de sua vida de forma integral. Seu cérebro, suas emoções e seu bem-estar lhe agradecerão para sempre.