A perda gradativa da audição é um dos fatos mais comuns observados com o avanço da idade. A dificuldade em escutar e interagir com os amigos e familiares, leva muitas vezes o idoso a se isolar, deixando, aos poucos, de participar de reuniões sociais e perdendo o interesse por atividades em grupo. É como se a pessoa desenvolvesse um sentimento de inutilidade, de tristeza e, na pior das hipóteses, de depressão.
Faz sentido. Experimente essa situação: tape os ouvidos e fique por alguns minutos num ambiente onde rola um bate-papo descontraído, ou na plateia de uma palestra interessante, em um show musical, no teatro… e permita sentir as sensações de não compartilhar com o contexto, exatamente pela dificuldade de escutar. Pode ser desesperador.
A literatura científica evidencia vários estudos que atestam a estreita ligação entre a perda auditiva, depressão e demência. Cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, compararam indivíduos com perda auditiva e outros com audição normal. Constataram que aqueles que não se submeteram ao tratamento para surdez apresentaram 50% mais risco de desenvolver demência e 40% de entrar em depressão. A dificuldade em escutar gera ainda um perigo maior de quedas acidentais e de fadiga auditiva por esgotamento.
A solução para minimizar o problema e restaurar a qualidade de vida da pessoa idosa é a indicação do aparelho auditivo. Em casos mais sérios, pode ser feita também a cirurgia de implante de um dispositivo eletrônico no ouvido interno do paciente.
Por isso, fique atento. Ao perceber os primeiros sinais de que não está escutando bem, seja você, ou algum familiar ou amigo, não hesite em procurar rapidamente um Otorrinolaringologista, que fará uma investigação mais profunda a fim de detectar o grau e o tipo de perda auditiva.
Com o uso de aparelhos auditivos, ou após intervenção cirúrgica para tratar surdez severa, essas pessoas costumam ter um ganho considerável em sua saúde mental e emocional.