Eutonia é uma prática corporal que conduz à RECONEXÃO consigo e com o mundo. Foi criada e desenvolvida pela alemã Gerda Alexander(1908/1994).
É ideal para todas as idades, especialmente para as pessoas acima de 50 anos por: incentivar o autocuidado com delicadeza e generosidade, ampliando a percepção de si; reduzir o estresse; aliviar a fibromialgia e outros tipos de dores crônicas; auxiliar a melhora dos distúrbios alimentares, de autoimagem, da síndrome de pânico, da hiperatividade, da dificuldade de atenção, da hipotonia ou da hipertonia; melhorar a postura, a circulação e a respiração; aperfeiçoar o estado de presença, imprescindível para os atores, cantores e musicistas, entre outros; harmonizar a relação corpo-mente; e promover o autoconhecimento.
Nesta prática corporal, individual ou em grupo, a pessoa assume os cuidados com o seu corpo, é convidada a se aquietar e, se possível, a fechar os olhos com a intenção de ampliar a percepção de si. Ela observa o dentro (ossos, músculos, órgãos e o espaços entre estes) e pode identificar esforços que podem ser aliviados. Esta parte inicial da aula chama-se INVENTÁRIO. Na sequência, a pessoa é orientada a se movimentar a partir dos dedos dos pés e das mãos, espreguiçando e movimentando o corpo de acordo com a sua vontade. É natural e saudável que a pessoa se espreguice e boceje, regulando o tônus corporal. Daí, o(a) eutonista solicita que o(a) aluno(a) toque delicadamente todo corpo como se estivesse se reencontrando e se reconhecendo. Faz-se uma PAUSA e se pede para observar como se sente e o que chama a atenção. A pessoa pode relatar o que sente e como se percebe. Na próxima parte da aula, a pessoa faz movimentos através do contato com as outras pessoas (quando a aula é grupal) e com os objetos oferecidos (bolinhas, tecidos, sementes, bambus, entre outros). Finaliza-se a aula com mais uma pausa para a observação de si, comparando como se sentia no início da aula.
Na Eutonia, abordamos: a quietude e o observador interno; o espaço radiante e o estado de presença; a pele e os seus limites; o tato e o contato; a consciência óssea e a imagem corporal; as sensações e o refinamento da percepção de si e do outro; o equilíbrio das tensões corporais, da circulação e da respiração; o ser autêntico e criativo; a coordenação motora e a sua influência nos processos mentais; o tônus físico e o tônus emocional; a relação de tônus com a postura; os micromovimentos e os microestiramentos, sobretudo, no tratamento das dores crônicas; a consciência do espaço e do volume corporal (pele, músculos, ossos e órgãos); deslizamento ósseo; uso da força justa para o movimento, evitando gasto de energia com esforços desnecessários; o tocar e o ser tocado pelas mãos, objetos, palavras, sons, olhar, respiração etc.
Como a pessoa amplia o seu autoconhecimento, ela aprende a utilizar somente a energia necessária para cada momento da vida diária, ou seja, tem-se a flexibilização e regulação do tônus corporal diante das diversas situações vividas. É uma prática que se torna uma filosofia de vida!
Origem da Eutonia
Gerda Alexander desenvolveu esta proposta psicossomática para se tratar de uma endocardite que a deixou extremamente debilitada e a obrigou a se movimentar com um gasto mínimo de energia. Ela visava a observação profunda de si, o estado de presença. Partiu das suas possibilidades com respeito, cuidado e delicadeza com cada parte do seu corpo físico. Chegou a cuidar de pessoas com gagueira, quadriplegia, entre outros, que eram encaminhadas por médicos que reconheciam os benefícios da Eutonia. É importante salientar que a Gerda viveu mais 70 anos depois de ter o diagnóstico de endocardite, utilizou o seu conhecimento para a sua própria reabilitação e transmitiu o que desenvolveu para o bem da saúde biopsicossocial.
Eutonia no século 21
Pessoas com mais de 50 anos podem usufruir ainda mais desta prática porque querem estar integrados à sociedade, buscam novas possibilidades profissionais, cuidam mais de si, visam a autonomia e a independência, e desejam atividades integrativas que promovam o bem viver na longevidade.
Eutonia é uma abordagem corporal contemporânea, necessária e que deve ser cada vez mais reconhecida. Experimente e se cuide através da Eutonia!
Este artigo escrito pela fonoaudióloga Felomenia Pinho, integra o e-book “Gentileza de Ser– Solidariedade, Empatia e Respeito. Longevidade – Práticas de Qualidade de Vida e Bem-estar”, organizado por Kélvio Luís e Sara Sales, e conta com diversos colaboradores e depoimentos de pessoas idosas.
Para acessar gratuitamente o conteúdo do e-book, clique no link abaixo:
Felomenia Pinho é fonoaudióloga com foco na Presença 50+ e nos Líderes do Futuro; eutonista pela ABE; idealizadora e facilitadora do Somos Petalusas- 21 encontros para mulheres 40+; do Projeto Adultar: autocuidado no processo de envelhecimento das pessoas com deficiência intelectual e de quem cuida; e ativista ibero-americana do Movimento STOPIDADISMO para o envelhecimento saudável, ativo, diverso e inclusivo.