Ao longo da vida, o ser humano é acometido por várias doenças e, algumas delas, se manifestam com mais frequência em pessoas de idade avançada, quando o organismo se torna mais frágil e vulnerável. Zelar pela qualidade de vida do idoso é, sem dúvida, adiar os riscos de uma enfermidade mais grave, ou pelo menos, enfrentá-la de uma forma menos dolorosa. Os pilares que sustentam essa condição passam rigorosamente pela prática regular de exercícios físicos, alimentação saudável e harmonia familiar.
Conheça as doenças mais comuns observadas no público idoso:
– Doenças Cardiovasculares: o enrijecimento das artérias que ocorre com o envelhecimento, pode levar ao aumento da pressão e provocar o infarto. O estilo de vida e os maus hábitos (sedentarismo, tabagismo, obesidade entre outros) também podem causar o AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou derrame, geralmente trazendo sequelas irreversíveis.
– Diabetes: ocorre quando há alta concentração de açúcar (glicose) no sangue, pela produção insuficiente de insulina (hormônio produzido pelo pâncreas e que controla a quantidade de glicose no sangue). O tratamento envolve a adoção de hábitos saudáveis quanto à alimentação; prática regular de atividade física; monitoramento glicêmico e, em alguns casos, medicamentos via oral ou aplicação de insulina. Por isso é fundamental o acompanhamento médico rigoroso para que o problema não se agrave. A falta de controle traz consequências podem ser irreversíveis (cegueira, doenças cardiovasculares, falência renal e amputação de membros inferiores).
– Catarata: a doença se desenvolve quando o cristalino do olho (uma espécie de lente que permite enxergar com foco) torna-se opaco, prejudicando a visão, sendo necessário substituí-lo. O tratamento é cirúrgico, com o implante de uma lente intraocular. A dificuldade de enxergar, aumenta o risco de quedas e fraturas. Ao perceber a visão embaçada, consulte o oftalmologista para que ele faça o diagnóstico correto e inicie o tratamento o mais rápido possível.
– Doença de Alzheimer: enfermidade progressiva e irreversível. No início, um vago esquecimento. Algum tempo depois, o não reconhecimento de pessoas e de situações corriqueiras da rotina, como não se lembrar o caminho de volta pra casa. À medida que a doença evolui, outros comportamentos vão surgindo, como a incapacidade de lidar com o dinheiro, desinteresse pela higiene e cuidados pessoais, dificuldade em se expressar verbalmente, andar, subir escadas, alimentar-se sozinho, até chegar a fase mais severa, quando a pessoa já se torna totalmente dependente de terceiros para a execução de suas atividades diárias. O portador de Alzheimer, além do acompanhamento médico, demanda a presença de cuidadores 24 horas.
– Hipertensão Arterial: a pressão alta é uma doença silenciosa que ataca qualquer pessoa, provocando infartos e derrames (AVC). Por isso, é muito importante aferir a pressão arterial periodicamente: uma vez por ano, se você tem pressão arterial normal (12×8); e a cada seis meses, se tiver pressão alta (acima de 13,5 x 8,5) ou baixa (abaixo de 9 x 5). No dia-a-dia, a recomendação é consumir alimentos saudáveis, diminuir a ingestão de sal, frituras e bebidas alcoólicas, não fumar e evitar situações estressantes. O tratamento é para a vida toda.
– Depressão: transtorno metal que muitos vezes é erroneamente identificada como “tristeza”. Por isso precisa ser muito bem diagnosticada para que a medicação faça efeito. Apatia sem motivo aparente, falta de disposição para as atividades que anteriormente eram realizadas, alteração no apetite e no sono são sinais de que o idoso não está bem e precisa de acompanhamento de psiquiatra, neurologista ou psicólogo. A perda auditiva na pessoa idosa é um fato que também colabora para o isolamento e a não socialização com familiares e amigos. Neste caso, consulte um otorrinolaringologista para a prescrição de aparelho auditivo.
– Osteoporose: doença que leva à redução da massa óssea, facilitando acidentes com quedas e fraturas, muito comum à medida que as pessoas vão envelhecendo. As mulheres, principalmente após a menopausa, ficam mais suscetíveis a esse problema, devido à diminuição na produção de hormônios, responsáveis pela absorção do cálcio no organismo. Há muitos recursos para a prevenção da Osteoporose, seja por meio de uma dieta que contenha alimentos ricos em cálcio, como também na adoção de alguns hábitos saudáveis, como exercitar-se e expor-se ao sol da manhã para sintetizar a vitamina D, e assim fortalecer os ossos.
– Parkinson: doença degenerativa que afeta a parte motora do corpo. Além dos tremores nas mãos e pernas, desequilíbrio, lentidão e falta de reflexo, o portador da doença apresenta rigidez muscular, postura encurvada para frente, marcha curta e quadris e joelhos flexionados. A doença pode ser controlada com medicamentos e acompanhamento fisioterápico, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente.
Infecção Urinária: a maioria das infecções urinárias é provocada por bactérias presentes no intestino, que “migram” para o sistema urinário, manifestando-se na bexiga (cistite), na uretra (uretrite) e, em casos mais graves, no rim (pielonefrite). Os sintomas mais comuns são dor no abdome e na região lombar, urina mais escura e com cheiro forte, febre baixa, calafrios, e eventualmente, presença de sangue na urina. Em idosos pode causar ainda confusão mental. O diabetes descompensado também facilita o desenvolvimento da doença. Os cuidados com a higiene íntima e o uso de preservativos nas relações sexuais ajudam a evitar a infecção. O tratamento, à base de antibióticos, deve ser acompanhado por urologista.
– Doenças Respiratórias: gripes, resfriados, asma, bronquite, rinite e alergias respiratórias são comuns para o público idoso, causadas geralmente por vírus, bactérias, fungos ou agentes alérgicos (pólen, poeira, produtos químicos etc.) . Os principais sintomas são dor no corpo, febre, tosse, dor de garganta e dificuldade de respirar. Para evitar a evolução das doenças do sistema respiratório, as vacinas são fundamentais (Influenza, Covid-19). Durante os episódios de crise, nunca se automedicar. Procure sempre orientação médica especializada.
– Pneumonia: infecção que se instala nos pulmões, causada por vírus, fungos ou bactérias. A doença pode ser desencadeada por vários fatores de risco (cigarro, álcool, ar-condicionado, resfriados mal cuidados, mudanças bruscas de temperatura etc.), deixando o organismo mais suscetível a infecções e interferindo no sistema imunológico. Tosse, febre alta, dor no tórax, falta de ar, secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada e mal-estar geral são os principais sinais da doença. O exame clínico com auscultação pulmonar e a radiografia de tórax, definem o diagnóstico e se detectada rapidamente, é tratada com antibióticos. A vacina contra a Pneumonia ajuda muito na prevenção da doença.
Herpes-Zoster: popularmente conhecida como “cobreiro”, a doença é causada pelo vírus da varicela ou catapora. O vírus pode permanecer latente no organismo por toda a vida, mas quando reativado (estresse, baixa imunidade, câncer, AIDS, diabetes descompensado etc.) provoca lesões cutâneas, como bolhas, que se espalham pelo corpo e até na face, causando fortes dores. O Herpes-Zoster é contagioso e pode se manifestar em pessoas de qualquer idade, inclusive em crianças, porém em idosos é mais comum, devido à queda de suas defesas com a evolução da idade. Ao aparecerem as primeiras bolhas, é fundamental procurar imediatamente ajuda médica para a condução do tratamento com antivirais e analgésicos, evitando complicações mais sérias. É importante também tomar a vacina, disponível, por enquanto, em clínicas privadas.