O planejamento financeiro deveria ser necessário desde a primeira fonte de renda. E assim ser um tema presente na vida adulta e velhice. Não é fácil e nem confortável falar sobre a morte no ambiente familiar. Porém, a única certeza é que todos vamos morrer um dia e, pensar no assunto de forma prática e sem burocracia pode trazer um grande alívio e diminuir o impacto da dor para os familiares na fase de divisão dos bens, seguros e previdência do ente querido falecido.A especialista Florence Corrêa atua há mais de 10 anos na área de planejamento financeiro pessoal, auxiliando as famílias a entenderem a sua situação financeira atual e os passos para garantir a concretização de seus planos de vida. Viuvez, questão particulares com filhos ou pais, casamento, maternidade, separação, transição de carreira são algumas áreas onde o planejamento financeiro adequado pode ser muito útil.
Veja o que Florence Corrêa destaca para se levar a vida com mais tranquilidade, segurança e organização:
Administrando a sucessão com seguro e previdência
Ao se contratar um seguro de vida, a pessoa está “comprando” uma proteção financeira para seus familiares e descendentes. Na sua eventual falta, a quantia a ser recebida deve ser suficiente para cobrir os custos imediatos: sepultamento, inventário (advogado, impostos, cartório), e manutenção da família pelos meses em que o patrimônio ficará indisponível.
Outros custos de médio e longo prazos também devem ser previstos nesse planejamento financeiro, principalmente em caso de mortes prematuras, quando normalmente o segurado ainda não constituiu patrimônio suficiente para garantir o sustento de sua família.
O ideal é que o seguro de vida seja contratado quando a pessoa ainda é jovem e goza de perfeita saúde. Com o passar do tempo, se o estilo de vida e situação patrimonial da pessoa se modificar, demandando uma maior cobertura, ela poderá ajustar o valor fazendo apólices complementares. Se for contratado tardiamente, o seguro pode se tornar mais caro. É comum, com o avanço da idade, as pessoas desenvolvem condições de saúde complicadoras e assim encarecer o prêmio. Sem falar que pode gerar uma recusa por parte da seguradora – que sempre tem o ônus de comprar o seu risco- podendo recusá-lo se assim achar conveniente.
No caso dos planos de previdência (VGBL ou PGBL), além de serem produtos financeiros a serem considerados para acúmulo de recursos para aposentadoria – pelas vantagens tributárias que apresentam (desde que escolhidos corretamente dentro do planejamento financeiro do cliente) – são também importantes instrumentos que podem auxiliar numa sucessão. Em caso de morte, como as aplicações em previdência não entram no inventário, apresentam algumas vantagens tais como: recebimento rápido dos recursos (enquanto um inventário pode demorar muitos meses para ser concluído, os recursos da previdência são liberados em dias); não incidência de ITCMD sobre esses valores (imposto de herança); e a possibilidade de se indicar os beneficiários (não necessariamente os herdeiros legais e desde que não desobedeça a lei que garante 50% do patrimônio para os “herdeiros necessários”).
Como o montante da Previdência pode ser resgatado rapidamente, é também uma garantia caso os herdeiros precisem utilizar os recursos para arcar com os custos imediatos, até que ocorra a liberação do inventário.
Consulte sempre um planejador financeiro para desenhar essas estratégias. Ele saberá te orientar quanto aos valores necessários de cobertura para um seguro, assim como te direcionar para seguradoras que trabalham em moldes internacionais – comprando seu risco tal como ele se apresenta agora. E poderá também te auxiliar no árido trabalho de escolha de um plano de previdência adequado.